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Explorando os detalhes do projeto

Um conjunto de resultados de políticas internacionais tem enfatizado o papel das cidades como núcleo de experimentos relacionados à habitabilidade, sustentabilidade e mudanças do clima, reconhecendo que os governos locais são importantes atores nos processos de transição para a sustentabilidade urbana e no planejamento efetivo de adaptação climática.

No Brasil, onde mais de 80% da população vivem em ambientes urbanos, as cidades são foco de atenção particular quando o tema é mudança do clima, especialmente porque concentram as áreas mais suscetíveis a enfrentarem os impactos mais severos das alterações climáticas, como elevação do nível médio do mar (em cidades costeiras) e eventos extremos de precipitação e temperatura.

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Episódios recentes relacionados a esses eventos evidenciam que as alterações na distribuição, intensidade e frequência geográfica dos riscos relacionados às condições meteorológicas ameaçam exceder as capacidades das cidades brasileiras de absorverem perdas e recuperarem-se dos impactos. Esses impactos tendem a exacerbar os riscos comumente existentes nas cidades brasileiras, bem como as inadequações nas capacidades dos governos locais para tratarem dos déficits na infraestrutura e no oferecimento de serviços básicos necessários, agravando as condições de vulnerabilidade de determinados grupos sociais e comunidades.

Estudos focados em adaptação urbana mostram que os processos adaptativos são estreitamente dependentes da disposição dos atores (particularmente dos atores institucionais nos níveis subnacionais e locais) de empreenderem medidas adaptativas, da capacidade de implementar e disponibilizar recursos de maneira apropriada, e do arranjo de condições que podem facilitar ou dificultar a consolidação de iniciativas. 

No caso do Brasil, onde o planejamento de adaptação eficaz ainda depende muito dos esforços municipais, os governos locais muitas vezes não têm capacidade institucional e operam dentro de estritas limitações de recursos. Mesmo nas grandes cidades, é também comum que as gestões públicas careçam de dados e recursos de planejamento para subsidiar ações e políticas públicas. E o mais crítico, há pouca expectativa de que esses recursos possam se materializar de forma rápida e ampla o suficiente para ajudar efetivamente as cidades a agirem agora.

A falta de dados e informações úteis e utilizáveis, que possam ser mobilizados para subsidiar gestão, planejamento e governança, é frequentemente identificada como uma das principais barreiras para o avanço da adaptação às mudanças climáticas, traduzindo-se em paralisia e inação por parte dos tomadores de decisão. Nesse contexto, tão importante quanto a capacidade de produzir informação técnico-científica que seja facilmente convertida em estratégias, políticas e ações de adaptação, é promover maior envolvimento dos usuários da informação (os atores institucionais, por exemplo) na produção e circulação do conhecimento. É nesse contexto que o projeto CiAdapta 2 se ancora.

objetivos

Com a experiência de uma ampla rede interdisciplinar de pesquisadores que têm buscado avaliar impactos climáticos em grandes centros urbanos no Brasil e compreender como as cidades brasileiras têm incorporado a questão climática nas suas agendas, o projeto CiAdapta 2 busca avançar na produção, validação e aplicação de índices e indicadores para avaliação: (i) de vulnerabilidade socioclimática; (ii) de risco aos impactos de eventos extremos climáticos; (iii) do potencial de adaptação e capacidade adaptativa; e (iv) do processo de transformação urbana no contexto brasileiro.

Esperamos que os instrumentos propostos neste projeto sejam desenvolvidos, aprimorados e aplicados na perspectiva de prover informações que possam ser utilizadas pela gestão pública (nos seus diferentes níveis de governo) para melhorar a sustentabilidade urbana e, ao mesmo tempo, fortalecer a capacidade adaptativa dos municípios brasileiros.

financiamento

Chamada CNPq/MCTI Nº 23/2020 - Pesquisa e Desenvolvimento em Sustentabilidade Urbana e Regional
Processo: 441267/2020-3

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