Artigo apresenta e discute a proposta do índice e sua aplicação nos 645 municípios paulistas
Desenvolvido por pesquisadores do projeto CiAdapta, que estuda as interações entre transições climáticas, cidades e processos decisórios, o Índice de Adaptação Urbana (UAI) busca avaliar a presença ou ausência de estruturas legais e regulatórias de apoio a intervenções urbanas ligadas à adaptação climática. O estudo publicado no jornal internacional Climatic Change (https://link.springer.com/article/10.1007/s10584-021-03113-0) apresenta e discute a proposta do índice que inclui 26 indicadores associados a cinco conjuntos de políticas públicas municipais de apoio a intervenções urbanas: Habitação, Mobilidade Urbana, Agricultura Sustentável, Gestão Ambiental e Gestão de Riscos Climáticos.
O UAI foi desenvolvido tendo como base as interações entre atores institucionais locais e o grupo de pesquisadores do CiAdapta, considerando, no contexto brasileiro, dados relacionados às projeções climáticas e sistema de governança com foco nas políticas e intervenções de responsabilidade municipal, aderência ao Plano Nacional de Adaptação, e a literatura atual sobre capacidade adaptativa.
O estudo proposto com o Índice de Adaptação Urbana busca inovar em duas frentes, consideradas estratégicas no contexto brasileiro. Primeiramente, o índice utiliza dados censitários que estão disponíveis de maneira pública, o que facilita a atualização do UAI de forma dinâmica, refletindo as mudanças e processos de transição nas cidades. Num segundo momento, ao avaliar as diferenças e semelhanças entre a capacidade atual das cidades ou a falta dela para lidar com os impactos e os riscos das mudanças climáticas, este índice pode estimular o debate entre as cidades para que criem políticas públicas que alinhem adaptação à sustentabilidade urbana.
No artigo os autores discutem a aplicação do UAI nos 645 municípios do Estado de São Paulo. O estudo mostrou que mais da metade dos municípios paulistas apresenta baixa capacidade de adaptação às mudanças climáticas, pontuando baixas avaliações na aplicação do Índice. No entanto, os municípios localizados próximos ou inseridos nas regiões metropolitanas, onde a maioria da população vive, têm as maiores pontuações, indicando um maior potencial de adaptação climática.
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